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CONSTRUÇÃO NAS NUVENS


A casa (singela em seu interior

Alegre nas linhas de sua fachada)

Está presente apenas no poema

Nela o poema nunca mais estará


Sem depender de qualquer vontade

O poema nasce - esteja a casa

Em pé ou no chão. Absurdo não é

Dar a ambos alguma atenção


E como pedreiro autodidata

Sem prumo - mas com estética própria

O poeta reconstrói a casa (possível

Nas palavras), não com pedra e cal


E tudo que se faz é só isso, enquanto

O bairro some sob seus edifícios







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